Wagner Moura foi um dos convidados de destaque no The Kelly Clarkson Show, exibido pela NBC, na tarde desta terça-feira, 25 de novembro. O ator participou do programa como parte da divulgação de O Agente Secreto, produção que marca seu retorno ao cinema brasileiro e ao idioma português depois de 12 anos longe das telas nacionais. Durante a conversa, Moura mostrou descontração, falou sobre sua carreira, dançou samba com a apresentadora e recebeu elogios do público e da própria Kelly.
No início da entrevista, Kelly quis saber por que o ator passou tanto tempo sem trabalhar em português. Moura explicou que o hiato foi influenciado por vários fatores: a pandemia, seu período dirigindo um filme e sua participação na série Narcos. Ele também mencionou o contexto político brasileiro recente, destacando que o país enfrentou um governo de extrema-direita que “não demonstrava apreço pela cultura e pelo cinema”.
A música também entrou em pauta. Moura relembrou a banda Sua Mãe, criada com amigos em 1992, e descreveu o estilo do grupo como uma mistura inusitada entre o clima melancólico do pop britânico dos anos 80 e 90 e a sensibilidade romântica de Roberto Carlos. Empolgada com o assunto, Kelly contou que ama samba e puxou o ator para o centro do palco. Os dois ensaiaram alguns passos, e a apresentadora brincou, surpresa com a desenvoltura dele: “Eu nunca conseguiria parecer tão sexy assim!”
Ao longo da conversa, Moura também detalhou elementos centrais de O Agente Secreto, filme que já coleciona reconhecimento internacional e venceu prêmios no Festival de Cannes, incluindo Melhor Ator para ele e Melhor Diretor para Kleber Mendonça Filho. A obra, considerada um dos favoritos para concorrer ao Oscar de 2026, mergulha no sombrio período da ditadura militar brasileira, entre 1964 e 1985.

No longa, que estreou nos cinemas brasileiros em 6 de novembro, Moura interpreta um homem envolvido nas operações clandestinas do regime. A narrativa expõe os bastidores da repressão política e as tensões que permeavam o país, revelando as contradições e fragilidades de indivíduos que viviam sob a sombra da violência institucional. O personagem, um pai que tenta proteger seu filho em meio ao caos, simboliza a resistência silenciosa de muitos brasileiros naquele período.
Com sua abordagem intensa e o foco nas feridas sociais deixadas pela ditadura, O Agente Secreto vem sendo apontado como um dos grandes destaques do cinema nacional recente e um forte candidato ao Oscar.
Texto: Gustavo Mello
Fotos: divulgação
